Por Leonard Sousa
Olá, caro(a) leitor(a). Primeiramente, gostaríamos de agradecer pela visita em nosso blog. Esperamos que as informações aqui veiculadas possam ser úteis para o seu dia-a-dia, seja para uso próprio ou como uma fonte de aprendizado.
A sua visita é fundamental para o nosso crescimento. Os textos que compartilharmos aqui têm como principal finalidade aproximá-lo do mundo da acessibilidade e dos seus recursos, bem como onde estes são aplicados.
No texto de hoje, de uma maneira bem simples, vamos explicar o que é o recurso da áudio-descrição (AD) e como esta tecnologia assistiva vem sendo utilizada.

Sentado de costas para nós, um homem usa fones de ouvido. À frente dele há outras pessoas sentadas em poltronas azuis.
Antes de mais nada é importante destacar que áudio-descrição não é uma descrição do áudio ou, como alguns dizem, uma narração das imagens. Não, definitivamente a AD não tem a ver com isso.
A áudio-descrição consiste na tradução de eventos visuais em palavras, ou seja, este recurso possibilita que os usuários cegos e/ou com baixa visão tenham acesso a conteúdos imagéticos com autonomia.
E se este conceito envolve autonomia tem tudo a ver com acessibilidade. Se você vem acompanhando os textos produzidos pela Entrelinhas já sabe que esta é uma palavra-chave para nós. Se não leu ainda, aproveite e clique no link a seguir para ter acesso a outros textos nossos:
Mas Afinal… O Que É Acessibilidade?
Tá, falamos bem brevemente sobre o que é áudio-descrição, mas você ainda pode estar se perguntando como isso é aplicado na prática…. E outra coisa: qualquer um pode usar este recurso?
Vamos utilizar alguns exemplos do nosso cotidiano logo em seguida e que com certeza vão ajudar você a entender melhor o recurso da AD e suas aplicações.
Imagine uma determinada cena de filme onde dois amigos se encontram. Um deles entrega um presente para o outro e diz o seguinte: “Olha só o que eu trouxe para você! Estava viajando nas férias e quando vi isto lembrei logo de ti!”. O amigo responde: “Não acredito que lembrou de mim! Nossa, eu amei isso!! Muito obrigado!”
Quem enxerga logo vai saber do que se trata o tal presente. Mas se você prestar bem atenção pode perceber que, em momento algum, o espectador cego – o qual acompanha a obra apenas pelos diálogos – vai saber o que é o presente. É neste ponto que entra a áudio-descrição. Respeitando as pausas naturais de cada diálogo a AD vai informar ao espectador cego que “João entrega um livro para Carlos” (ou qualquer que seja o presente).
Gif: Uma mulher diz: “UAU” e faz sinal de positivo com as duas mãos. Sorri.
Mais um exemplo: imagine que você está navegando pelo Facebook e se depara com a seguinte postagem: uma de suas amigas alterou a foto do perfil. Você vê que este post tem mais de 100 curtidas e 120 comentários. Nossa!
Bom, se você enxerga talvez nem precise clicar no post para constatar que se trata de uma foto onde sua amiga está na arquibancada do Maracanã e ao fundo são vistos alguns jogadores, os quais trocam passes no campo. Mas… E a pessoa cega? Vai saber do que se trata?
Até vai… se alguém lhe disser – ou se um dos comentários fizer menção ao conteúdo da foto. Percebe que é quase como se fosse um trabalho de investigação para que o cego possa descobrir do que se trata a tal foto? Pois é. E aqui novamente a áudio-descrição pode (e deve!) ser aplicada. Será por meio de uma descrição da imagem que poderemos ter acesso a esta informação com autonomia e obviamente vamos curtir e/ou comentar, assim como os demais usuários da rede social.
Quem pode usar a Áudio-Descrição?
Este recurso é usado principalmente por pessoas cegas, com baixa visão, com dislexia, idosos ou qualquer pessoa que esteja temporariamente sem enxergar.
“Mas eu que não me enquadro em nenhum dos grupos acima listados posso fazer uso da áudio-descrição?”
Com certeza! É até recomendável que este recurso seja utilizado – ainda que experimentalmente – para que você que não precisa da AD possa compreender o seu funcionamento.
A áudio-descrição é dividida em dois modos de acesso: a aberta, onde independente de você “querer” ou não vai assistir a um filme ou a uma peça de teatro com o recurso abertamente, sem precisar usar qualquer aparelho. Já na modalidade de AD fechada o usuário escolhe se quer ou não utilizar a tecnologia assistiva. A forma mais comum em eventos culturais é a AD fechada. O recurso pode ser acessado por meio de aparelhos de tradução simultânea que são distribuídos aos usuários mediante o fornecimento de um documento pessoal. A AD pode estar em peças de teatro, espetáculos ao ar livre, em visitas a museus, etc.
Um outro meio de se acessar a AD atualmente é por meio dos apps nos smartphones, onde o arquivo que contém a AD pode ser baixado antecipadamente e quando vamos assistir a um filme, por exemplo, basta sincronizar com o áudio do sistema de som das salas de cinema. Cabe ressaltar que estes apps estão disponíveis tanto para iOS como para Android. A AD pode ser acessada também através da sua TV. Para tanto, entre nos menus de idiomas da sua TV e, além do português e Inglês, estará disponível em uma das demais faixas de áudio a AD. Infelizmente não existe um padrão a ser seguido, uma vez que cada fabricante tem seu próprio layout. Mas atenção: para que você possa assistir a alguma obra com áudio-descrição no conforto da sua casa é preciso possuir uma TV digital já que os aparelhos analógicos não oferecem suporte ao recurso em questão.
Confira abaixo alguns exemplos de imagens e vídeos com áudio-descrição:

E aí, achou interessante? Ficou com alguma dúvida? Compartilha com a gente. Será um prazer responder a sua dúvida. Esperamos que este conteúdo tenha agregado conhecimento para você.
Até a próxima.