Sabia que em 2015 a, até então conhecida “Lei da Acessibilidade”, lei nº 10.098 passou por algumas alterações desde sua criação? Partes da sua redação foram atualizadas com a criação da lei nº 13.146, a atual “Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência”, melhorando suas definições, como do conceito de acessibilidade e de barreiras. É nesta nova definição onde podemos enxergar o importante papel que a tecnologia da informação vem desempenhando ao longo dos últimos anos quando é dito que a acessibilidade é “possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, transportes, informação e comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias[…]”. Mais uma conquista graças ao advento da internet e todo o “boom digital” proporcionado por ela.

Ainda assim, um fato curioso é que costuma-se acreditar na disponibilização da tecnologia acessível a pessoas com deficiência como uma via de mão única, quando, na verdade, ela torna as pessoas capazes de perceber, compreender e interagir muito mais que o normal. E isto não seria diferente com a internet, como podemos notar. Quanto mais sites, portais, blogs, redes sociais e programas acessíveis estiverem disponíveis, mais pessoas poderão contribuir com a web de forma efetiva. Mas para isto, é preciso que vários fatores trabalhem de forma conjunta e adequada. E é sobre alguns destes fatores que falaremos a seguir.

  1. Desenho universal

Já parou para pensar que só o fato de seu conteúdo estar publicado não significa que todos podem ter acesso a ele? Por este motivo é necessária a avaliação do seu projeto, seja qual for, em relação ao chamado desenho universal, um dos fundamentos teóricos mais relevante ao conceito de acessibilidade. Equiparação nas possibilidades de uso e flexibilidade deste, sendo simples e intuitivo; a informação perceptível independente do ambiente; minimização dos riscos e das consequências negativas decorrentes de ações involuntárias ou acidentais; a necessidade de um esforço mínimo, de forma confortável; e a dimensão e espaço adequados para interação são os princípios do desenho universal.

  1. Padrões Web

Se você já procurou saber do assunto, trabalha com isso ou de alguma forma apenas caiu de paraquedas por aqui, tudo na web, de uma forma ou de outra, acaba terminando em HTML e outras linguagens (de programação ou marcação) ou scripts, como PHP, JAVASCRIPT, JAVA, PYTHON, RUBY, CSS e sejam lá quantas mais linguagens existirem por aí. O fato é: algo, em algum lugar, foi escrito de forma a exibir elementos gráficos nas páginas. Quando temos uma imagem, existe um código para ela. Nesse código podemos especificar o caminho no servidor (URL) onde esta imagem se encontra, o tamanho dela, se terá uma borda ou não e um texto alternativo para o caso da imagem não ser exibida, por exemplo. O problema é que muitas vezes a pessoa responsável por escrever esse código (um programador, um desenvolvedor, um webdesigner ou quem quer que seja) se atém apenas aos elementos que são importantes para ela, colocando de lado padrões muito significativos já estabelecidos a respeito de boas práticas no desenvolvimento web. Se não sabe por onde começar ou quer entender mais sobre o assunto, pode começar lendo a cartilha sobre acessibilidade na web da W3C Brasil, o site brasileiro da principal organização mundial de padronização da web. Ela está disponível aqui: http://www.w3c.br/pub/Materiais/PublicacoesW3C/cartilha-w3cbr-acessibilidade-web-fasciculo-I.html

  1. Ferramentas

Se seguir padrões não for o suficiente para você, existem ferramentas capazes de auxiliar nessa grande e maravilhosa aventura de descobertas no ramo cada vez mais crescente da acessibilidade. Elas vão desde a parte do desenvolvimento do projeto, como a checagem de contrastes de cores do seu site (dá para fazer isso pelo http://www.checkmycolours.com ou pelo http://leaverou.github.io/contrast-ratio), até a tradução para Libras dos conteúdos produzidos (feitos pelo http://www.handtalk.me ou http://www.prodeaf.net). Não faltam opções gratuitas ou pagas para desenvolvedores e usuários, e as desculpas não nos convencem 😉

  1. Paciência

Não adianta: manter algo na web exige paciência e se chegou até aqui provavelmente já sabe disso. Você não ganhará visitantes ou views da noite para o dia. Não dá para se tornar referência em um piscar de olhos. O mesmo acontece com a acessibilidade em produtos web: não espere que seguir os passos acima sejam o suficiente para ter um produto de qualidade e 100% funcional. Tudo pode acontecer e você precisa estar preparado para isso. Além de criar o conteúdo acessível desde a concepção, é preciso realizar a manutenção e acompanhamento de tudo novo, de cada nova modificação realizada. O que precisa saber é que seu projeto será como um filho (ou um bicho de estimação…): ele será gerado, será alimentado e será cuidado para crescer forte e saudável para, no fim, você ver que todo o trabalho valeu a pena.

E aí, seu site já é acessível? Nos conta, então!

Se ficou na curiosidade sobre o assunto e quer saber mais sobre esse e outros trabalhos, visita nosso site em http://entrelinhasca.com. Dá para nos achar também no Facebook e no Instagram: @entrelinhasca.

Equipe Entrelinhas,

por Robson Souza.

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